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Recordação do nascimento do Instituto

“Eu me lembro dos dias de outrora

E repasso as vossas ações,

Recordando os vossos prodígios” Sal. 143,5

               

Na carta que Madre Paula Elisabete escreveu em 05 de outubro de 1863, a Mons. Valsecchi, se encontra toda a preocupação, mas também todo o desejo que ela tinha pelo iminente nascimento do instituto masculino da Sagrada Família.

Inicialmente previsto para o dia 01 de novembro

“ O Armati partiu contente e satisfeito, e Mons. aprovou com prazer, que se desse apenas o início; e que se fosse no 01 de novembro” (carta 60).

A nova família teve início oficialmente em 04 de novembro de 1863.

“Esqueci ontem de recordá-lo de que prometeu vir a Comonte terça-feira à noite para celebrar a Missa de quarta-feira pela manhã, dia de São Carlos e comunicar aos nossos novos Irmãos: portanto, mando [esta] propositalmente por ter receio de que não venha “(carta 61, 01 de novembro de 1863).

Ao iniciar, na data da festa de todos os santos tinha certamente haver com a fundação da família feminina vinda para Comonte em 01 de novembro de 1856. A nova data devia, em vez mostrar muito mais significado à Fundadora, visto da coincidência litúrgica de são Carlos. Nascida nos primeiros meses depois da morte do seu filho Carlos, agora finalmente encontrava a luz do projeto de acolher e de assistir os meninos pobres, órfãos e filhos de camponeses.

Tudo acontece muito rapidamente. A semana fundamental é fixada na última do mês de outubro em Leffe. Na segunda-feira, o dia 26 de Outubro se encontra todos em Gavarno com o bispo e depois à noite vão para Leffe. Aqui, junto com a mãe e Mons. Valsecchi, se encontram pela primeira vez o Sr. Armati com o Sr. Capponi. É também a semana na qual se colocam as bases do novo instituto.

“ Amanhã vou a Soncino onde devo permanecer no mais tardar até Segunda – feira, porque desejo ir a Leffe com a Senhora, que havia prometido quando eu ficasse uma semana, e é algo assim necessário a Sua vinda lá, não só para corrigirmos as anotações do livrinho, mas antes para escrever algumas poucos Regras de instrução para o Armati (como me sugere Mons.), que naqueles dias pediremos di vir também ele lá, onde se conheça pois antes o bom João, e rever outras coisas necessarias, uma vez que Ela veja que não há mais hora para se perder. Agora, que as começamos de verdade novas dificuldades, mas Ela vê que antes São José trabalha muito em favos dos seus Filhinhos e destinou Ela porém, para ajudar-lo, com as suas luzes (sugestões) e experiências; e Ela não o recusará, eu o espero no Senhor”.

Na noite do dia 3 de novembro se encontram, portanto em Soncino: Mons Valsecchi, o sr. Cezar Armati (“parecia o verdadeiro homem destinado por Deus para esta bela obra”, Carta 59 a Mons. Valsecchi), João Capponi, padre Giuseppe Chiodini, pároco de Filago que aceita de acompanhar externamente o Insituto, Angelo Bianchi, um jovens de 26 anos acompanhado pelo mesmo padre Chiodini, que tem a intenção de iniciar a experiença com a Fundadora, padre Luis Pallazolo que, mesmo morando no Oratorio alla Foppa, seria destinado a ser o superior da comunidade em Villacampagna e enfim o único orfão, Giacomino Paris. Na manhã do dia 4 de novembro, depois das confissões, Mons. Valsecchi celebra a solene missa de início da institução onde lembra o fim e a importância da obra que vai iniciar. Depois da missa fazem uma rápida visita ao bispo Esperança para receber a sua benção, e foram para Soncino onde a Madre Paula, não presente ao nascimento em Comonte, os acolheu em Santa Maria e os acompanhou na casa de Villa Campagna (Cremona).

Se concretizava para ela um sonho tão desejado.

No entusiasmo do evento, a Fundadora não escondeu as dificuldades e fragilidades que caracterizaram todo o início. Os primeiros problemas nascem alguns dias depois da abertura. Na carta que escreve a Mons. Esperança e mons Valsecchi no dia 13 de novembro encontramos toda a desilusão pela diferença de horizontes entre ela e os padres que iniciaram o instituto. Ela manda embora seja o Angelo Bianchi, enviado por padre Chiodini, seja o menino Davide Colombi de 15 anos que o padre Luis Palazzolo tinha colocado na casa porque não tinha nenhuma intenção de trabalhar a terra e crescer no amor a arte agraria. Prefere ver tudo acabar que iniciar mal a sua obra. Assim fala da colaboração com padre Luis:

“O Rev: Pe. Luis é um Santo Religioso, e pensa como Santo, mas eu creio que o Senhor não quer de ambos a mesma coisa, uma vez que eu seguindo as suas idéias, sinto que me distancio indo contra ao que o Senhor inspira-me de fazer, e serei antes disposta a abandonar tudo, do que andar enfrente desta maneira”.

A desepção é sobretudo com os padres. Eles parecem não ter entendido o seu projeto. Na nota que ela mesma coloca em cima as poucas regras pelos filhos de São José encontramos a sua desilusão e o seu realismo:

É de se meditar bem antes em frente a Deus, sendo do bom princípio ter depois encontrado fortes obstáculos pela união deste instituto de padres e seculares, que devemos neste momento tirar os primeiros deixando sós os segundos, pela administração, direção e educação dos filhos; porém o tempo, as circunstancias e tudo fará conhecer o que em seguida seria de estabelecer.

Enquanto o bispo parece encoraja-la, Mons. Valsecchi responde com uma carta muito dura lembrando que os tempos de pensamento e formação desta nova instituição foram assim rápidos que talvez precisava um pouco de paciença a mais antes de tomar as decisões de mandar todos embora

É necessário ir devagar ao se fazer as coisas e mais devagar ainda em desfazê-las. Seria preciso levar em conta os sacrifícios que devem ter feito todos os aqueles irmãos para abandonarem a suas famílias e as suas cidades, onde eram estimados e úteis, a romper cada afeto, cada ocupação, para que, afinal? Para ir em busca daquilo que nem nós mesmos sabíamos bem e que eles, por sua vez, não tinham a mínima idéia.(Correspondência 78).

Mas a reação dela é decisa. Ela confia em Deus, sabe que esta é a obra dEle e que São José quis esta nova família e irá proteje-la com todas as forças.

“ Rev: Sr. Cônego, sou muito grata de poder-lhe dar finalmente as boas notícias. O Angelo, e o Davide já haviam partido quando recebi esta, do pesadíssimo senhor. A felicidade e a alegria que demonstraram na partida nos fez mais claramente conhecer que esta não eram as suas vocações. O João em conseqüência permaneceu também contentíssimo, e agora está empenhado mais que nunca em efetuar a obra empreendida, juntamente com Armeti que lhe é docilíssimo, e chegará, o espero, sem duvidas ao Senhor. Ele tem um amor assim grande por esta obra, e se dá com tanto empenho, e coragem que me é de exemplo, e de edificação. S. José concederá a esse o que eu não mereço, e espero na sua bondade, e particular proteção.” (carta 64, 28 novembre 1863).

 

O que é surpreende é a perseverança da Madre Paula em continuar apesar das dificuldades. Nenhuma dúvida, nenhuma exitação. Estimula, anima, encoraja seja os irmãos como também as irmãs, que o Mons. a deixa continuar esta obra querida por Deus.

A recordação daqueles dias, da surpreendente ação da Fundadora, da misericordiosa ação do Espírito não pode se não encher-nos de alegria e comoção.

Nasce como primeiro desejo um agradecimento a Deus pela grandiosa realização através do coração e da generosidade de madre Paula Elizabete. O Senhor que guiou os primeiros passos da nossa família, que ensinou a caminhar ao longo das estradas da histporia, que não teve medo de apostar nas pessoas simples, que abriram o coração as necessidades e as urgencias dos homens e das mulheres daquele tempo continua com a sua providente misericorida a guiar a nossa congregação nestes tempos modernos. É obra de Deus o bem que a partir daquele dia a nossa congregação, através dos seus humildes filhos, operou na história e no mundo.

Nasce um sentido de reconhecimento nos confrontos da amada fundadora. Corajosa, audaz, profética soube interpretar a vontade de Deus e realizar através do sacrifício de si mesma. Continua a guiar a sua instituição com determinação e firmmeza, com amor de mãe e sabedoria de mestra. Encoraja os seus filhos a dedicar a vida e a missão para a evangelização dos pobres, dos orfãos, dos camponeses.

Nesce um sentido de gratidão por todos os coirmãos que creram nesta magnífica obra. Irmãos e padres que, com espírito de abnegação, com humildade e simplicidade serviram ao senhor nesta congregação. Seja o melhor modo esse de honrar a memória deles e continuar com o mesmo espírito a Missão Sagrada Família.

Nasce um sentido de fraternidade. Esta é a nossa família, a sagrada Família. Nela sua origem e sua história, eis os traços da sua identidade. O Senhor, por intercessão da Sagrada Família de Nazaré e da nossa amada mãe, a abençoe e a ajude sempre.