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 Estamos celebrando a liturgia de nossa Fundadora, por ocasião dos 10 anos de canonização, usando os textos oficiais, Maria aos pés da Cruz, sabendo que há um outro opcional, aquele de colocar o menino no centro. 

Este texto lembra com certeza a ligação profunda entre a nossa fundadora e nossa Senhora das Dores, Adolorata, aos pés da cruz, acho por três razões fundamentais.

 A primeira razão desta ligação é com certeza a mais original, ligada à experiência espiritual de nossa fundadora, da sua relação com Nossa Senhora das Dores, que é a mulher capaz de suportar os sofrimentos da vida. Quando ela fala de nossa Senhora das Dores fala como aquela mãe que foi capaz de passar através das dificuldades, do sofrimento, da morte do filho e permanecer fiel, permanecer firme na fé. Portanto é modelo antes de tudo de uma humanidade plena, de uma fé capaz de passar os momentos difíceis, uma mulher perseverante. Passar pelas coisas severas e manter a fé. "Sejais perseverantes", dizia ela às suas noviças.

 A segunda razão é evidentemente o socorro, criado ao redor desta dimensão que é a assunção da nova maternidade. Com certeza esta capacidade de Maria de renovar a sua maternidade assumindo como novos filhos os discípulos de Jesus, a Igreja, a dimensão da humanidade, estimula e lembra a capacidade também de Santa Paula de passar de uma maternidade que parecia terminada com a morte de seu filho Carlos à uma nova maternidade, assumindo os pobres, os  órfãos, os últimos. Portanto uma maternidade que cresce se espelhando na maternidade de Maria.

 

Mas acho que há ainda uma terceira razão que nos ajuda a entender nossa relação também com este Ícone, com Jesus na Cruz. As palavras são dele, não são nem de Maria nem do discípulo. Jesus constitui aos pés da cruz uma nova família. A nova família nasce aí naquela cruz, a verdadeira família. "Mãe eis o teu filho. Filho eis a tua mãe". É uma nova família, a família da fé. Com certeza no contexto de São João alguns estudiosos falam que é a família constituída da Antiga e da Nova Aliança; Maria que representa com este título de mulher, a Aliança  Antiga e o Discípulo Amado que é a Igreja, o novo povo que se casam juntos. Mas mais humanamente esta nova família, constituída pelos laços de uma maternidade e de uma relação filial encontra, além das dimensões físicas, humanas, carnais, uma dimensão mais verdadeira.

 Gostei de uma frase que o Roberto, o rapaz que tocava na banda durante o Juce, deixou, uma imagem muito linda: "se nas veias dos irmãos corre o sangue de igualdade, o sangue que corre nos irmãos em Cristo é o mesmo sangue de cristo. O sangue que corre em nós como família é o sangue de cristo, portanto, embaixo da Cruz, quando o sangue de Cristo é derramado nasce uma a família. Corre em Maria e no Discípulo amado o mesmo sangue  que é o novo sangue, o sangue de Cristo, Portanto, em nós, nós somos irmãos porque em nós corre o mesmo sangue, o sangue de Cristo. Portanto para renovar a nossa fraternidade devemos recorrer continuamente ao sangue de Cristo para recuperar a nossa fraternidade. É por isso que queremos partilhar um pouco desta fraternidade ao redor da mesa na qual ainda hoje Jesus irá derramar o seu sangue. Desta cruz nasce novamente uma nova família. Possamos nos tornar mais uma vez mais irmãos, mais Família em Cristo.